quarta-feira, abril 27, 2005

À espera de ti...onde estás???

E aqui estou,
Ansioso por te ver,
No teu andar de mulher menina,
De tão gracioso faz os meus olhos sofrer.

E aqui estou,
Numa espera quase infinita,
Esperando que passes com os cabelos ao vento
Num balanço sensual que te torna tão bonita.

E aqui estou,
E por aqui vou ficar,
Sonhando acordado com esse teu jeito de andar.

Mas hoje tu não vieste,
E eu não te vi passar,
Assim em lugar de alegria,
De tristeza os meus olhos vão chorar.

Continuo ainda aqui,
À espera de te ver passar,
E percorro o horizonte,
Na esperança de te encontrar.

Ainda aqui estou,
Numa espera que se tornou vã,
E tento animar-me com a ideia,
De que te poderei ver passar amanhã.

E então sorrio,
Já não tenho que ficar aqui,
Mas ficaria para sempre,
Se tivesse que esperar por ti.

sexta-feira, abril 15, 2005

Cambalhotas de vida

Porque terá que ser assim,
Querer o que não posso, não sei
Será que me acontece só a mim,
Ter o que nunca quis ou desejei.

Acontecerá isto a mais gente,
Sentirá mais alguém tal revolta,
Pensar que ao andarmos p'ra frente,
Retrocedemos numa cambalhota.

E quando achamos que está perfeito,
Que melhor não pode acontecer,
Vimos o Mundo ser-nos desfeito,
Vai o sorriso, começamos a sofrer.

E pensamos que atingimos o pior,
Que nada mais nos irá afectar,
Aparece algo ainda muito maior,
Que atinge certeiro, nos faz derrubar.

E ficamos caídos, inertes no chão,
Sem vontade do corpo dorido levantar,
Vem mais uma estocada no coração,
Para o deixar também a sangrar.

E mudamos de trilhos de caminhos
Tapamos as feridas, fazemos remendo
E mesmo estando sozinhos
Acabamos sempre por ir sofrendo.

E começamos de novo a andar,
Sem pressa, sem destino traçado,
Sem saber se avançar ou recuar,
Com receio de ser de novo derrubado.

E quando algo surge de maravilhoso,
Algo de tão bom, tão apetecível,
Pensamos no subconsciente, é perigoso
E tornamos o desejo no impossivel.

Mas não será eternamente como tal,
E tudo te parecerá certo, bem,
E o que hoje te faz tanto mal,
Fará ainda pior aamanhã a alguém

quinta-feira, abril 14, 2005

O que sinto e não digo...

Podia ter-te dito o que sinto,
Mas calei-me mais uma vez,
Não sei porque te minto,
Me deixo vencer pela timidez.

Podia dizer tudo o que cá ia,
Silenciei-me, não disse nada,
Deixei passar mais um dia,
Fiquei de boca bem fechada.

Preferi dizer-te que não,
Que talvez se estivesses perto,
Que não bate por ti o coração,
Que ainda não sei bem ao certo.

Podia ter dado o passo, mas parei
Senti cá dentro o sangue gelar,
O que realmente eu não sei,
Porque me calo, quando devia falar.

Depois não durmo, fico a pensar,
Porque me assustei, porque o fiz,
O porquê de deixar escapar,
Aquilo que eu tanto quis.

Não paro de me questionar,
Mas porque serei eu assim?
Não me querias magoar,
Magoo-me sozinho a mim.

E se a máquina do tempo tivesse,
Faria-o sem dúvida recuar,
Para que então de novo pudesse,
O que sinto em mim, te contar.

Mas como isso não é realidade,
Não saberás o que tinha para dizer,
Na próxima (se houver) oportunidade,
Ficarás de certeza a saber.

E sobre o leite derramado chorar,
Não vale a pena, já diz o ditado
O que me adiantaria confessar,
Que me sinto tão apaixonado...

Mas ainda te vou trazer problemas,
E não te quero ver nunca sofrer,
Restam-me só os meus poemas,
Onde lerás o que não consegui dizer...

terça-feira, abril 12, 2005

Ao meu Anjo da Guarda

Continuo a chorar, mesmo agora,
O teu tão malfadado destino,
Não percebo porque te foste embora,
Era eu ainda tão pequenino.

Vou tentar honrar aqui essa história,
Com os meus queridos papel e caneta,
Falando da minha vizinha Vitória,
Da querida Dora e do amigo Maneta.

Em menino me acarinharam,
Como se fosse um dos vossos,
E tantas horas e dias passaram,
Momentos lindos, que são só nossos.

Relembro as pegas, as touradas,
O quanto a memória me traz,
Das noites mágicas, madrugadas,
Das farpas cravadas nos sofás.

Relembro brincar ao apanha,
Do forcadinho que figurão fazia,
Das viagens à Malarranha,
Das galinhas de que fugia.

E os tormentos que passaste,
Tão jovem, tão terna, boa, bonita,
Relembro as vezes em que me levaste,
A casa da amiga Ti Rita.

Sem ter sequer como perceber,
Porque chorava a tua maravilhosa mãe,
Sei agora que o teu imenso sofrer,
Me faz chorar, a mim tanto também.

Ainda hoje muito me espanta,
Ouvir contar que me tinhas tal Amor,
Sinto um lamento apertar-me na garganta,
Por não ter podido conhecer-te melhor.

E quando caíste frágil no hospital,
E os "bichos" sedentos te consumiam,
Lutavas com uma força enorme, brutal,
E prostavas-te serena, se teus olhos me viam.

Mas não me esqueço nunca de ti,
Ocupas um cantinho no meu coração,
É que mesmo longe ficaste aqui,
Junto com a tua mãe e o teu irmão.

Mas fica aqui já prometido em despedida,
Não temas, não há nada que preocupar,
Um ter-nos-ás junto a ti, Dora querida,
O tempo perdido então vamos recuperar.

E enquanto esse dia não chegar,
Resta-nos aquilo que foi vivido,
Que viva muito para poder contar,
O prazer que foi ter-te conhecido.

quinta-feira, abril 07, 2005

Perder-me...não me deixas!?

Por ventura já estou, sem saber,
Porque talvez não faça sentido,
Mas ainda assim vou-te dizer,
Onde eu andaria perdido.

Pode até ser uma ideia louca,
Fazê-lo assim tão de repente,
Mas sentir o sabor (morango) da tua boca,
Tal desejo sinto perdidamente.

Não me perder seria bem pior,
Talvez cruel, bem mais atroz,
Deambulava errante no teu calor,
Perdido na melodia da tua voz.

Ofuscado pela luz que irradias,
Não sei onde estou, o que me conduz,
Perdia-me em ti todos os dias,
Na tua beleza, no jeito que seduz.

Na tua maneira meiga e terna,
Nas curvas de teu corpo belo,
Na noite serias a minha lanterna,
Não o tenho, mas não queria perdê-lo.

E quanto mais descubro em ti,
Quanto mais vou ficando a saber,
Mais me perco sozinho por aqui,
Mais sinto que me iria perder.

Perco-me imaginando nós dois,
No que poderia então acontecer,
No antes, no agora e no depois,
Perco-me mais por te não ter.

Perdia-me nos teus passos,
Na alegria ou nas tuas queixas,
Perdia-me entre os teus braços,
Perdido encontrava-te, mas não deixas.

Encontrei-me quando te vi,
Que fosses a perdição que preciso,
Perdia-me em tudo o que há em ti,
Perco-me ao lembrar o teu sorriso.

Perco-me enquanto espero,
Perco-me na ténue esperança,
Não me perco em desespero,
Pois quem espera, sempre alcança.

segunda-feira, abril 04, 2005

Reallity Pope

O Papa morreu.
João Paulo II morreu no dia 2 de Abril e no meu círculo de amigos, (não muito católicos ou mesmo nada), começou a debater-se como seria apartir de agora a sua sucessão.
Depois de analisadas por mim as opiniões desta malta com quem tenho o prazer e o gozo de conviver, aqui posto as minhas conclusões.
Em primeiro lugar, deve ser dito que o Papa não quis morrer no dia 1 de Abril, porque depois de atentados e tudo o que lhe aconteceu pela vida fora, iriam pensar que era uma partida do dia das mentiras. Algo do género:
- "Pá, sabes quem morreu?"
- "Não, quem?"
- "Foi o Papa!"
- "Deves pensar que eu não sei que hoje é dia das mentiras, não?? Daqui a bocado dizes que assinou por 4 anos pelo Benfica, à troca com o Mantorras e o Trappatoni?!"
- "Olha, que podre por podre..."
Em segundo lugar, põe-se a questão da sucessão.
Um dos muitos amigos que tenho, revelou-me hoje em primeira mão que a SIC, já avançou com uma proposta ao Vaticano, no sentido de ser realizado em Portugal o conclave donde sairá o novo Papa, numa tentativa clara de combater as audiências e as estações rivais, num mediático programa que se chamará:
"Quinta dos Cardeais" ou "Santa Quinta".
Assim aos jeitos de "reality show" eclesiástico, onde os 117 cardeais seriam fechados numa Quinta sem comunicação com o exterior, sem luz eléctrica, telemóveis, meninos de tenra idade de Instituições com fins humanitários, sem vinho e tendo que produzir o seu prórpio sustento através do cultivo da terra.
Nste conclave, haveriam todos os dias, (durante os 20 dias de emissão do programa), 6 nomeações para expulsão pelos seus pares.
No Confessionário, os Cardeais, seriam ao mesmo tempo que votavam, entrevistados ao jeito dos Concursos das Miss, por Vitor Melicias e pelo padre Borga, vestidos de Jesuíta e Carrasco dos tempos da Inquisição, em batinas desenhadas por Augustus e Eduardo Beauté, até aos últimos 3 finalistas.
O genérico do programa seria gravado pelo padre Marcelo Rossi, numa magnifica versão Hip-Hop do tema "Põe a mão na mão do Senhor, que acalma o mar!".
Encontrados os 3 Cardeais finalistas, seriam postos a concurso durante 2 dias, cabendo ao público elegê-los, através dos números de telefone postos à disposição pela produção do programa ou através de SMS, onde teria que indicar a palavra:
PAPA nº do Cardeal nacionalidade.
Seria mais ou menos isto:
4550 PAPA 101 Guiné Conacri
O vencedor seria então transportado no Papamóvel até aos estúdios na Venda do Pinheiro, onde estariam milhares de fiéis em delírio, para aclamá-lo, recebendo aí os prémios correspondentes à eleição.
Destes, contam-se entre outros:
- 10 kg de hóstias com sabores;
- 35 litros de vinho tinto DOC da Vidigueira;
- 2 sabonetes de chamon e mortalhas.
Seria então encaminhado a uma pequena salinha, onde lhe seria entregue um charro de qualidade da Cova da Moura, que fumaria encaminhando o fumo através de um pequenino buraco no tecto, cumprindo assim o ritual de fumo branco aquando da escolha de um novo Papa.
Provavelmente não irá ser assim, mas tinha muito mais piada.
Ou não.