quinta-feira, abril 14, 2005

O que sinto e não digo...

Podia ter-te dito o que sinto,
Mas calei-me mais uma vez,
Não sei porque te minto,
Me deixo vencer pela timidez.

Podia dizer tudo o que cá ia,
Silenciei-me, não disse nada,
Deixei passar mais um dia,
Fiquei de boca bem fechada.

Preferi dizer-te que não,
Que talvez se estivesses perto,
Que não bate por ti o coração,
Que ainda não sei bem ao certo.

Podia ter dado o passo, mas parei
Senti cá dentro o sangue gelar,
O que realmente eu não sei,
Porque me calo, quando devia falar.

Depois não durmo, fico a pensar,
Porque me assustei, porque o fiz,
O porquê de deixar escapar,
Aquilo que eu tanto quis.

Não paro de me questionar,
Mas porque serei eu assim?
Não me querias magoar,
Magoo-me sozinho a mim.

E se a máquina do tempo tivesse,
Faria-o sem dúvida recuar,
Para que então de novo pudesse,
O que sinto em mim, te contar.

Mas como isso não é realidade,
Não saberás o que tinha para dizer,
Na próxima (se houver) oportunidade,
Ficarás de certeza a saber.

E sobre o leite derramado chorar,
Não vale a pena, já diz o ditado
O que me adiantaria confessar,
Que me sinto tão apaixonado...

Mas ainda te vou trazer problemas,
E não te quero ver nunca sofrer,
Restam-me só os meus poemas,
Onde lerás o que não consegui dizer...