sexta-feira, abril 15, 2005

Cambalhotas de vida

Porque terá que ser assim,
Querer o que não posso, não sei
Será que me acontece só a mim,
Ter o que nunca quis ou desejei.

Acontecerá isto a mais gente,
Sentirá mais alguém tal revolta,
Pensar que ao andarmos p'ra frente,
Retrocedemos numa cambalhota.

E quando achamos que está perfeito,
Que melhor não pode acontecer,
Vimos o Mundo ser-nos desfeito,
Vai o sorriso, começamos a sofrer.

E pensamos que atingimos o pior,
Que nada mais nos irá afectar,
Aparece algo ainda muito maior,
Que atinge certeiro, nos faz derrubar.

E ficamos caídos, inertes no chão,
Sem vontade do corpo dorido levantar,
Vem mais uma estocada no coração,
Para o deixar também a sangrar.

E mudamos de trilhos de caminhos
Tapamos as feridas, fazemos remendo
E mesmo estando sozinhos
Acabamos sempre por ir sofrendo.

E começamos de novo a andar,
Sem pressa, sem destino traçado,
Sem saber se avançar ou recuar,
Com receio de ser de novo derrubado.

E quando algo surge de maravilhoso,
Algo de tão bom, tão apetecível,
Pensamos no subconsciente, é perigoso
E tornamos o desejo no impossivel.

Mas não será eternamente como tal,
E tudo te parecerá certo, bem,
E o que hoje te faz tanto mal,
Fará ainda pior aamanhã a alguém