terça-feira, agosto 30, 2005

Toda a verdade (ou quase)

Agora que finalmente assinei o papel,
Nessa segunda feira na Conservatória,
Chegou a hora de ser o Miguel,
A contar toda a verdade desta história.

Sem ser preciso lançar um insulto,
Descreverei aqui a tua traição,
Tratei de tudo sendo um adulto,
Enfrentei frio toda a situação.

E se alguém eu lamento perder,
É o teu pai e seu coração de mel,
Pois ainda hoje ele não deve perceber,
Como lhe deste também a provar o teu fel.

Mas nem sequer me importa como aconteceu,
Não dá o assunto voltas na minha consciência,
Cada dia que passa, mais gosto de ser eu,
Enriqueci como Homem com tal experiência.

Mas ao fazê-lo, que pensaste tu?
Que seria estupido e nunca descobriria?
Quando passaste o nickname para "Missing you",
Começou a aproximar-se o derradeiro dia.

Que se passava nessa mente?
Bastou-me ir ligando os pontos um a um,
Quando disseste que estavas no Continente,
E afinal andavas com ele passeando no Fórum.

E achar-te-ias invisível?
Que os meus amigos não te viam?
Credo, até parece impossível,
Pensares que também eles me mentiriam.

E a noite dos teus anos, extraordinária
Em que cometeste a maior baixeza?
Nesse dia foste reles, ordinária,
Sentaste o teu amante na minha mesa.

E enqunato me matava a trabalhar,
Morria também por dentro tentando esclarecer,
Tu e o teu amante contra mim a conspirar,
Tu contando-lhe os pormenores sádicos do meu sofrer.

Dizias-lhe que não conseguias à noite dormir,
Por eu ficar de madrugada a chorar,
Ele dizia-te o que querias ouvir,
Deixariam andar até eu rebentar.

Mas aguentei com sacrificio até à noite derradeira,
Para que fosses sincera te dei oportunidades,
Mas ouviste a priminha, "sábia" conselheira,
Já terás então dito aos teus pais as verdades?

E todos os que me faziam mau e a ti a vítima,
Eu era um bruto, maluco e tu a coitadinha,
Talvez não saibas o passado dessa prima,
Ela agora está mais feliz porque nunca quis ser sozinha.

E o marido dela que se dizia tão meu amigo,
Virou-se logo contra mim com pedras na mão,
Viu os atrasos nas rendas pagos contigo,
Como pagar as dívidas que tem, pois então.

Tarde ou nunca se endireitam paus tortos,
Diziam com sabedoria os ilustres antepassados,
Esses não têm onde cair mortos,
Querem parecer o que não são, coitados.

E aqui vou expondo alguns dos reais factos,
Chorei, emagreci, sofri o vosso ódio na pele,
Mas descobri os teus planos, tenho provas dos teus actos,
Posso até ter culpa, mas não te meti debaixo dele.

Bem sei que esta situação foi dura,
Nenhuma novidade aqui eu dei,
Mas não cometi a tal loucura,
Tiveram azar, descobri e não estoirei.

Mas hoje por aqui eu vou ficar,
Se bem que existem ainda mais factos,
Fica a promessa de cá voltar,
Se continuarem com a merda dos boatos.