V. decide partir...(à fã de Paulo Coelho)
As voltas que o Mundo dá,
Deixam-me às vezes sem perceber,
Mesmo quando à minha frente está,
E nem assim consigo ver.
Parece que sempre te conheci,
Que fazias parte da minha vida,
Mas logo então me apercebi,
Que já estavas também de partida.
E tanto te tinha para dizer,
Para te poder dar e fazer sorrir,
Tentando sempre de ti esconder,
Que não me queria despedir.
Não nos quisemos talvez magoar,
E entre nós criou-se um muro,
Quem sabe nos voltemos a encontrar,
Lá mais à frente, no futuro...
O tempo, tão curto, tão escasso,
O relógio contra nós a correr,
Talvez seja por isso que faço,
Com que cada segundo conte a valer.
Por sermos tão sensíveis à dor,
Cada palavra dita é bem medida,
Mas trouxeste um novo sabor,
Ao bolo de emoções da minha vida.
E quando partiste, sozinho chorei,
Que nunca viesse mal-fadado dia,
Fi-lo porque desde logo reparei,
Que um Spiritus Geminus partia.
Se não te disse tudo, lamento.
Mas muito pouco havia a fazer,
Há-de vir talvez o momento,
Para que fiques então a saber.
E o que Deus nos tira,
Mais tarde, Ele nos oferece...
A sorte, mesmo má, também vira,
Mais te faria, se pudesse...
Mas tudo se cura, menos a morte
Por isso as lágrimas vou secar,
Um dia terei mais sorte,
Nesse dia vou-te encontrar.
Agora só me resta esperar,
Que chegue tão ansiado momento,
Serve apenas para me consolar,
Ficar contigo no pensamento.
E se por magia tudo mudasse,
E se realizassem meus desejos,
Talvez de outra forma te mandasse,
As grandes montanhas de beijos...
Poderia continuar ad eternum a escrever,
Mas prefiro calar-me agora por aqui,
O que mais tiver que dizer...
Dir-te-ei ao ouvido, baixinho e só a ti!
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