Coisas do passado I
E passou mais um dia,
Aqui estive a ver o tempo passar.
O dia foi-se e caiu a noite,
Estive contigo sem sair do lugar.
Sentado a olhar, um livro para ler,
Sem me mexer, fica o corpo dormente,
Viro a página, olho as letras sem as ver,
Não são estas frases que me ocupam a mente.
Nem as gotas de chuva que teimam em não cair,
Nem o pobre passarinho que vai limpando a asa,
Me demovem da vontade de daqui fugir,
Para me enroscar em ti, na cama lá em casa.
Olho para todo o lado, no que vai em meu redor,
Cimentos enormes que crescem rasgando os Céus,
Assutam-me e cresce em mim vontade maior,
De me refugiar no regaço, nos braços teus.
Olho o ponteiro que se arrasta muito lento,
Que mais posso eu fazer, se isto é mesmo assim,
Se não ter que aguentar tal tormento,
De estares longe, tão longe de mim.
Escrito em 17 - 4 - 2004
Este e os próximos poemas (ou lá o que são), foram escritos sempre com o mesmo destinatário e entregues em mão pelo próprio à mulher a quem se referem.
Chamando as coisas pelo nome certo, eu escrevi-os sempre que podia e sempre os dei à mulher que mais amei neste Mundo, portanto ela sempre soube quais eram os meus sentimentos por ela.
Embora não fosse pessoa de lhos dizer pessoalmente, deixava-lhe estas linhas que lhe transmitiam o que me ia na alma, por isso mesmo, não foi por falta de saber o que eu sentia, que tudo se acabou.
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