domingo, março 06, 2005

Sim, foste tu...

Nem sequer ainda te agradeci,
Teres-me ajudado a resolver tal mistério,
Mas fizeste tal e qual como te pedi,
Naquela manhã fria, no cemitério.

Não sabia a quem mais recorrer,
Que me apontasse a correcta solução,
Lembrei-me que aí do Céu me podias valer,
Para arrumar de vez com a questão.

E fui nessa manhã ter contigo,
Com uma coroa de flores na mão,
Cravado na pedra o teu rosto amigo,
De tão lindo, aqueceu-me logo o coração.

Falei contigo como se ali estivesses,
Pedi para apontares o caminho correcto,
Para fazeres tudo o que pudesses,
Ajudando o teu menino, o teu neto.

E assim foi feito, minha querida
Consegui desvendar o engano,
No dia em que a tua partida,
Fazia exactamente um ano.

E isso mesmo aqui te agradeço,
Por não me teres deixado à sorte,
E mais ainda hoje eu te peço,
Que me ajudes a ser mais forte.

O futuro nas tuas mãos eu pus,
Para que eu entendesse tudo afinal,
E iluminaste-me com a tua luz,
Fizeste-me ver quem me queria mal.

E ajudaste-me à noite a ter calma,
Para que não perdesse a razão,
Ficaste comigo dentro da alma
Eu fui contigo, levaste-me no coração.

E agora tudo sei, eu descobri,
Graças a ti, eu disso fui capaz,
Mas ainda mais eu preciso de ti
Que me ilumines e me dês paz.

As lágrimas que no teu túmulo deixei,
As choraste comigo aí no alto do Céu,
Procurei-te nesse dia porque sei,
Que o teu rico menino sou eu.

E os que mal me quiseram, inimigos meus,
A Ira Divina que deles não tenha dó,
Peço-te que continues a olhar pelos teus,
E por isso te digo: "OBRIGADO QUERIDA AVÓ!"