quinta-feira, março 03, 2005

O Funeral do Amor!!!

Até que enfim. Eu consegui.
Nem uma só palavra, um sinal,
Não falei ou pensei sequer em ti,
Tu morreste, hoje fui ao funeral.

Não levei umas flores, nem uma coroa,
Porque o velho Miguel contigo enterrei,
Nasceu em mim uma nova pessoa,
O Homem que daqui em diante serei.

Enquanto a terra recebe o teu caixão,
Engole com ela os meus tristes sentimentos,
Deitei para a cova fria aberta no chão
As recordações e os nossos momentos.

E os que tal sorte te choravam,
Me viam tranquilo, olhando de alto,
Por dentro se roíam e perguntavam
Como podia estar impávido, sem sobressalto.

E os que hoje te estão a carpir, se chorarem
Tal desgraça, tão infeliz má sorte
Amanhã serão rápidos a me atacarem,
As suas palavras más tornam-me mais forte.

E perguntam-me como posso estar assim,
Sereno, na hora de tão triste despedida
Se alguma vez tivesses gostado de mim,
Não terias acabado com a vida.

E a chuva gelada que vai caindo,
Ajuda a lavar por dentro o meu coração,
Faz com hoje já vá devagar sorrindo,
Sabendo que para mim morreste em vão.

E o gelo que cai neste Inverno,
E me traz tão aparente calma,
Levar-te-á ao derreter para o Inferno,
Dando descanso à minha alma.

E a erva que irá crescer, será ruim
Nem rosas, nem cravos ou jasmim,
E vai florescer no meu peito um jardim,
Porque o belo e o bonito tenho em mim.

E se agora à distância pensar bem,
Sempre me ocultaste a verdade,
Por isso não se pode chorar quem,
Só nos mente e traz infelicidade.

E nem uma lágrima dos olhos a brotar,
Sem mais tristeza, sem mais sofrer,
Hoje vim trazer-te a enterrar,
Hoje vim sobretudo para te agradecer.

E os enlutados por ti hão-de estranhar,
Que alegria rejubila dentro de mim,
Por não ter que continuar a amar,
Quem nunca me amou a mim.

Por tudo isso não choro e sorrio,
Felizmente que tudo agora acabou,
Na vida foste aquilo que se viu,
Em mim, nem o teu nome ficou.

E desta maneira firme eu acabo,
Sem ficar com pensamentos teus,
Quando agora estiveres com o Diabo,
Manda-lhe cumprimentos meus.

RIP

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Assim é que se faz um funeral!
Enterrar o Amor.Descamse em paz!
Despreso e esquecimento será pouco,
Para quem tanto mal nos faz.

E puta que pariu! É pró "Bujom"! Oube lá...

sábado, março 12, 2005 7:25:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home