segunda-feira, fevereiro 28, 2005

O que me resta...

Não acredito que tudo tenha acabado
Que me deite sozinho, na nossa cama
Que tenha sido injustamente trocado
Por quem te engana ao dizer que te ama.

Mas e por mais que tudo me fira,
E que sinta o coração despedaçado,
Terei sempre algo que ninguém tira,
Os doze anos do nosso passado.

E os momentos lindos que tivémos,
Nunca os terás de certeza, com ele
E os beijos intensos que demos,
Saber de cor, cada centimetro da tua pele.

E cada momento de dor que isto me causa,
Não me importa o que te disse ou fez,
Basta-me por um instante fazer pausa,
Recordar cada primeira vez.

Relembro o nosso primeiro beijo,
E isso atenua por um pouco a dor,
Vejo-nos tremer com o desejo,
Na primeira vez que fizemos Amor.

Relembro as palavras que te escrevia,
Quando a distância nos afastava,
E quando queria em mim ter alegria,
Era em ti que sempre eu pensava.

Relembro até a coisa mais sem graça,
O que nos fez chorar e não rir,
Sei que por mais que ele te faça,
Não saberá como eu, fazer-te sorrir.

Sei que tudo o que te amei não foi demais,
Sei também que em tudo para ti fui o primeiro,
Não saberá entender como eu os teus sinais,
Não sentirá a falta do teu calor, teu Amor, teu cheiro.

Não sentirá a tua ausência, nem muita mágoa
Se amanhã mesmo isso vier a acabar,
Nem dos olhos lhe escorrerá uma gota d’água,
Como dos meus correm, sem os conseguir secar.

Não te buscará na noite, olhando o vazio que ficou
Não lamentará se partires a má sorte,
Saberá sempre que nunca te amou,
Não ficará como eu ferido de morte.

Não olhará para ti com o Amor que eu sentia,
Não morrerá como eu quando tudo ruir,
Não pensará em ti incessante noite e dia,
Não estará lá sempre para te ouvir.

Fugirá para bem longe quando tiver o que queria,
Depois de me despojar de tudo o que eu tinha,
Basta-me saber que não serás um só dia,
Tão dele para sempre, quanto tu foste só minha.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando é que vou ler:

Encontrei a chama que me faltava
no meio desta melancolia
preencher o vazio que restava
a morder na melancia (não tinha para rimar!)

Mas quero dizer-te para avançares com isso pá! Não fiques parado, sai com o pessoal do trabalho, se calhar até encontras alguém que gostes? E... até à próxima...

terça-feira, março 01, 2005 12:22:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quando estiver morta, meu querido/,Não cantes tristes canções para mim;/ Não plantes rosas perto da minha cabeça./ Nem sombrosos ciprestes:/Exista a verde erva sobre mim,/Molhada de chuva e de orvalho,/E se qiseres, lembra-te/ E se quiseres,esquece.

terça-feira, março 01, 2005 1:07:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home