sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Este serei eu

Se na alma ecoa a lágrima
Que beija o rosto esquecido,
E na rua são tatuadas as memórias
De um doce amor perdido...
Porque não aceitar o destino
Olhar para o céu e pactuar no sonho
De querer acreditar que a estrela que brilha
Será aquela que me irá guiar...
Esquecer o receio que suspira com o vento
Parecendo vasculhar os recantos do espírito
E o retrato pintado de fresco dilacerante
Escorre tinta encarnada brilhante.
Memórias de sangue... sem perdão.
Sussurram vozes sobre o horizonte
E nada importa ou tem valor
Quando prostrada no chão,
Usada e posta ao esquecimento
Encontramos a razão...Da nossa existência.
O manto escuro envolve a cidade
Despe a pele de cor e saudade
Robe nocturno de recordações.
Pareço ver um rosto no céu
Orla majestosa de paixões.
Repousando o corpo na mágoa de não pensar
Querendo apenas ignorar
A dor de viver olhando para o vazio...
Outrora repleto de esperança.
O que dizer quando estás sozinho
E à tua frente não vês nada...
Senão a pessoa que nunca serias
E que agora te engole sem cessar.
Mas és tu a solução necessária
Tens asas de sonho e de esperança.
Voa sobre a dor e a maldade
E quando caíres não temas nada...
Porque lá atrás estará a lembrança
Que nada foi em vão e não se esquece.
Querer lutar e viver por essa luta
Do amor, da saudade...
E dentro de mim está tudo isto
Mas parecendo impossível de invocar
Porque no veneno do passado
Encontra-se o presente
Mergulhado.