sexta-feira, março 04, 2005

Velho lobo do mar

Estás tão longe há tempo demais,
Eu aqui sozinho sem ter noticias tuas
Sem saber sequer onde estás, onde vais
Não te vejo já há tantas luas.

Os erros que cometeste no passado
Fazem parte das voltas da vida,
Por mim, tudo isso sempre foi perdoado,
Menos ter que te ver de novo de partida.

E se os espinhos por outros cravados no meu peito,
Me põe triste, me corroem a felicidade,
Quando perto de mim estiveres, no teu jeito,
As tuas palavras sábias me darão tranquilidade.

E o vento forte que agita o mar,
Ataca o casco, levanta a vante
Ai como eu gostava de estar,
Perto de ti, não tão distante.

A fúria das águas agitadas e bravias,
Fustigam ferozes o navio, quais açoites
Penso em ti ao nascer de todos os dias,
Rezo por ti, ao deitar todas as noites.

E com a coragem única de quem nada teme,
Inspira-me calma e um serenar profundo,
Na minha vida tens a função do leme,
Venceremos juntos os oceanos deste Mundo.

E não mereces tudo o que se está a passar,
Enfrentando a morte, o perigo nos mares,
Se tudo o que quero, acaba por fracassar
Dou sempre tudo de mim, para te orgulhares.

E quando a borrasca se agiganta,
E a espuma das ondas no aço se destrói,
Saberes que tudo em ti me encanta,
Seres hoje ainda assim, o meu herói.

É o teu nome quando aflito eu chamo
Quando o meu mundo se desmorona e cai,
Não há ninguém no Mundo que mais amo,
Que o velho lobo do mar, Tu, meu pai.