sábado, junho 05, 2004

Estado da Saude

Ele há coisas do caneco...
Há uns tempos no trabalho uma cabra duma cliente, deu-me uma bruta cotovelada nos colhões, que até me pôs a falar como o Nuno Guerreiro da Ala dos Namorados.
Se fosse só isso, eu até cagava, mas isso afectou o meu desempenho, qual Fórmula Um de pneu furado.
Home que é Home...
Foi fazer uma carrada de exames à massa colhaneira, ecografias, radiografias ( e porra se o raio da chapa tava gelada) e por fim um espermograma.
Ressalve-se que o problema não era a qualidade, mas sim a quantidade do sabonete liquido que o doseador deitava.
Agora ponham-se no meu lugar e para isso eu vou enquadrá-los.
Dia do exame, Janeiro gélido, 7 e meia da matina, Lisboa.
Moi, saio de casa sem ter podido ( com p e com ph), ensonado como o catano, comboio sem lugar sentado.
Entro na clinica e deparo-me com uma infindavel fila de espera em que a média de idades rondava os 68 anos (sempre para cima), e calmamente aproximo-me da secretária da recepcionista e baixinho digo-lhe: Bom dia, vinha fazer um espermograma.
A cabra alto e bom som, anuncia qual boca de megafone:" OH JULIA, O SR. DO ESPERMOGRAMA JÁ CHEGOU!!!!!!!!"
Ora se eu quisesse gritar eu mesmo o tinha feito,burra do caraças.
Senti-me, qual estrela pop, observado lascivamente pela fila de espera sem mudança de óleo há pelo menos 10 anos, como se tivessem dito nas Docas "BAR ABERTO".
Bem, mas avancemos...
Quando finalmente chegou a minha vez, a senhora cabra da recepção entregou-me um frasquinho e diz-me com luxuria e pensamentos preversos, "Pronto, já sabe o que tem que fazer... Entre naquela salinha"
Ora aquela salinha, e desenganem-se os que pensam que as modernices americanas já cá chegaram, mais não era que a puta da casa de banho.
Sim, fui esgalhá-lo para uma casa de banho com meio metro quadrado.
Entrei no cubiculo, tirei o casacão de Inverno que levava vestido, e pensei, nem uma merda de uma revista com gajas em lingerie (já não digo nuas ou em topless), nem um filme de video, mas home que é home desenrasca.
Saquei do jornal da bola, pus a fotografia do João Pinto a atar as botas de nalgueiro ao alto e disse de mim para mim, ao menos para isto serves palhaço.
Saquei do meu Jardelzinho para fora e sentei-me na tampa (forrada a papel higienico)da sanita e comecei a espancar o golfinho.
Desisti rapidamente porque batia com o cotovelo no autoclismo e fazia um granel desmedido, mas home que é home, safa-se...
Levantei-me e tentei de pé... Batia na porra da porta...
Comecei a notar um silêncio no exterior...
Não desisti, tirei uma perna da calça, pus um penante em cima da tampa da sanita ( nesta altura, já sem papel, porque veio colado às nalgas quando me levantei) e continuei sem medo a torcer o pescoço ao pato.
Resultou, mas e guardar o liquido no frasquinho????
Não sei se já alguem tentou dar um tiro para o pé com a pistola a apontar para o ar, mas...Home que é Home...
Lembrei-me repentinamente da posição tesão de mijo usada todas as manhãs, mas sem mãos ( não tentem em casa, isto foi feito por um profissional), isto é, encosta a cabeça na parede e com uma mão no Jardelzinho e na outra o frasquinho, lá consegui colocar o soft sense (sabonete creme)dentro daquilo.
Quando saí da "salinha", ofegante e com duas hérnias, triunfante dirigi-me à cabra da recepcionista e esticando o frasco com toda a minha essência, disse mesmo à HOME:
Chega assim ou é preciso mais???
Ela rapidamente se afasta do alcance e diz a minha colega já vem....
Pior foi que ao ir-me embora trouxe uma legião de fãs do Lar de santo Isidro, mas ao menos a colhaneira voltou a funcionar.
Salga, por isso pensem bem no estado de saude que temos e onde vão batê-las...